By 4 de Abril, 2025

A eficiência reprodutiva do rebanho é um dos pilares da produção ovina, impactando diretamente a rentabilidade do sistema. Para alcançar bons índices de fertilidade, natalidade e sobrevivência dos cordeiros, é essencial adotar práticas de manejo adequadas para matrizes (ovelhas reprodutoras) e borregas (ovelhas jovens em primeira reprodução).

Neste artigo, abordaremos os principais cuidados necessários para maximizar a eficiência reprodutiva, desde a seleção dos animais até o manejo pós-parto.

1. Seleção Adequada de Matrizes e Borregas

A escolha dos animais reprodutores é fundamental para garantir bons resultados. Alguns critérios importantes incluem:

– Raça e Adaptabilidade: Prefira raças com boa aptidão reprodutiva e adaptadas às condições climáticas da região.
– Condição Corporal: Matrizes devem ter escore de condição corporal (ECC) entre 3 e 3,5 (em uma escala de 1 a 5) antes da estação de monta.
– Histórico Reprodutivo: Priorize fêmeas com histórico de partos sem complicações e boa produção de leite.
– Idade das Borregas: Borregas devem ter pelo menos 60-70% do peso adulto da raça antes do primeiro acasalamento (geralmente entre 8 e 12 meses).

2. Nutrição e Manejo Alimentar

A nutrição é um dos fatores mais críticos para o sucesso reprodutivo.

Pré-estação de Monta (Flushing)

– Aumentar o nível nutricional 2 a 3 semanas antes da estação de monta (técnica conhecida como *flushing*) para melhorar as taxas de ovulação.
– Fornecer alimentos energéticos (milho, sorgo) e proteicos (farelo de soja) para garantir ganho de peso adequado.

Gestação

– Primeiros 100 dias: Manter dieta equilibrada para evitar obesidade ou desnutrição.
– Últimos 50 dias (fase de crescimento fetal acelerado): Aumentar a energia e proteína para evitar toxemia da gestação e garantir desenvolvimento adequado dos cordeiros.

Lactação

– Oferecer alimentação de alta qualidade para atender à demanda de leite.
– Suplementar com minerais (cálcio, fósforo) e vitaminas (A, D, E).

3. Manejo Reprodutivo

Sincronização de Cios e Estação de Monta

– Utilizar protocolos hormonais (como esponjas vaginais ou implantes de progesterona) para sincronizar o cio e concentrar os partos.
– Evitar acasalar borregas no primeiro cio, pois a taxa de concepção é menor.

Relação Macho:Fêmea

– Um reprodutor pode cobrir de 25 a 50 fêmeas, dependendo da raça e condição física.
– Realizar troca de reprodutores a cada 2 anos para evitar consanguinidade.

Diagnóstico de Gestação

– Ultrassom ou palpação transretal podem ser usados para confirmar prenhez e ajustar o manejo nutricional.

4. Cuidados no Período Peripartum (Parto e Pós-Parto)

Pré-Parto

– Separar as ovelhas próximas ao parto em piquetes maternidade.
– Observar sinais de parto (inquietação, isolamento, vulva inchada).

Assistência ao Parto

– Intervir apenas se o parto durar mais de 2 horas ou em casos de distocia (posição inadequada do cordeiro).
– Garantir que o cordeiro mame o colostro nas primeiras 6 horas de vida.

Pós-Parto

– Monitorar a involução uterina e sinais de infecção (corrimento escuro ou fétido).
– Fornecer dieta reforçada para recuperação da matriz.

**5. Controle Sanitário**

– Vacinação: Contra clostridioses (como mancha e gangrena), raiva e outras doenças regionais.
– Vermifugação: Realizar controle estratégico de parasitas, especialmente antes da gestação e lactação.
– Casqueamento: Manter os cascos aparados para evitar problemas locomotores.

Conclusão

A eficiência reprodutiva em ovinos depende de um conjunto de fatores, desde a seleção genética até o manejo nutricional e sanitário. Investir em boas práticas de criação para matrizes e borregas resulta em maior taxa de desmame, redução de perdas e maior lucratividade na atividade ovina.

Com planejamento e cuidados adequados, o produtor pode alcançar índices reprodutivos satisfatórios e garantir a sustentabilidade do rebanho.